quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Jovens com deficiência mental levam ao palco do Maria Matos bailado de Ana Kohler

Jovens com deficiência mental vão subir ao palco do Teatro Maria Matos, em Lisboa, na segunda-feira, para apresentar um espetáculo de dança criado por Ana Kohler e no final receberão certificados do Conselho Internacional de Dança da UNESCO.

A apresentação da peça `Once Upon a Time` é o culminar do projeto `Two feet`, cofinanciado pela Fundação EDP, que permitiu que 16 jovens da Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental de Lisboa (APPACDM) tivessem aulas, durante um ano, na Escola de Dança Ana Kohler, membro do Conselho Internacional de Dança (CID) da UNESCO e da Classical Dance Alliance - New York.
"O espetáculo vai ser o culminar da aprendizagem, mas vai sobretudo permitir que estes jovens tenham acesso a um palco onde habitualmente não estão", da inclusão social, refere a associação, adiantando que o projeto visa a certificação dos bailarinos pelo Conselho Internacional de Dança da UNESCO.
Em declarações à agência Lusa, a diretora da APPACDM de Lisboa, Filomena Abraços, contou que "já vinha de algum tempo o sonho de fazer algo mais específico na área da dança".
"Em 2003 já tínhamos a área da dança como atividade expressiva, em 2009 constituímos o grupo Pé de Dança (...) os jovens foram-se aperfeiçoando, mas faltava-nos algo", contou Filomena Abraços.
Foi nessa altura que surgiu o projeto e a parceria com a Escola de Dança Ana Kohler, que permitiu aos jovens desenvolver capacidades técnicas nesta área e ter "um papel socialmente valorizado, conseguindo concretizar a inclusão pela arte".
Ao longo de um ano de trabalho, os jovens "evoluíram imenso" em termos técnicos e agora "estão entusiasmadíssimos" com a realização do espetáculo, disse a responsável.
"Eles adoram palco, adoram público, adoram gente. Para eles, tudo o que é dança é uma maravilha", comentou Filomena Abraços, destacando a importância da atribuição do certificado do CID no final do espetáculo para estes jovens bailarinos.
"Este certificado é muito importante para eles porque é o reforçar de um ano de trabalho que não foi fácil, porque tinham de obedecer a técnicas de concentração, de rigor, não faltar e estarem sempre dispostos", disse, rematando: "É muito bom que no final sintam que valeu a pena".
O financiamento do projeto termina agora, mas associação pretende dar-lhe seguimento. "Seria uma pena perdermos todo este trabalho de um ano e os ganhos que tivemos e, por isso, vamos apostar na sua continuidade", sublinhou.
Ao longo dos últimos 50 anos, a Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental de Lisboa reuniu recursos para responder às necessidades específicas de crianças, jovens e adultos, com deficiência intelectual.
Foi neste sentido que surgiu a dança como atividade expressiva, com o objetivo de promover a expressão de sentimentos e emoções, sem necessitar de palavras para se expressar.
Atualmente existe o grupo Pé de Dança que tem exibido inúmeras atuações dentro e fora da organização, promovendo a valorização da pessoa com deficiência intelectual como cidadão ativo na cultura deste país.
Fonte: http://www.rtp.pt/noticias/cultura/jovens-com-deficiencia-mental-levam-ao-palco-do-maria-matos-bailado-de-ana-kohler_n891613

Crianças que vão mais tarde para a escola são menos hiperativas



Um novo estudo demonstra que atrasar um ano a entrada para a escola torna as crianças mais atentas e controladas
A idade em que as crianças devem começar o jardim-de-infância ou a escola primária tem sido assunto de debate junto da comunidade científica que estuda o desenvolvimento das crianças. Agora, uma investigação da universidade norte-americana de Stanford vem mostrar que atrasar um ano a entrada das crianças para a escola pode ajudá-las a ser menos hiperativas e desatentas, e a terem mais autocontrolo.
O estudo da universidade de Stanford, publicado em outubro na revista científica do National Bureau of Economic Research, olhou para o caso de crianças dinamarquesas. O estudo demonstrou que as crianças que começavam a escola um ano mais tarde mostravam níveis inferiores de hiperatividade e eram mais concentradas, efeitos que se mantinham não apenas durante o primeiro ano de escola mas até pelo menos os onze anos de idade".
"Descobrimos que atrasar a entrada na escola por um ano reduzia a desatenção e a hiperatividade em 73 por cento para uma criança 'média', aos 11 anos", disse o principal autor do estudo, Thomas Dee, num comunicado da universidade de Stanford. "Ficava praticamente eliminada a probabilidade de uma queria 'média' nessa idade tivesse um nível anormal, ou mais alto do que o normal, de comportamentos hiperativos ou desatentos".
A investigação de Thomas Dee, feita em colaboração com o investigador dinamarquês Hans Henrik Sievertsen, demonstrou também uma ligação entre níveis mais baixos de hiperatividade e desatenção e melhores resultados escolares. As crianças com uma maior capacidade de controlar os seus impulsos e manter-se atentas tinham melhores notas.
O estudo foi realizado usando dados dos censos dinamarqueses e informação de um inquérito que é realizado a nível nacional na Dinamarca para avaliar a saúde mental das crianças com 7 e 11 anos, que mede também os níveis de hiperatividade e desatenção. Na Dinamarca, como é habitual em Portugal, a entrada na escola faz-se no ano civil em que as crianças fazem seis anos. Assim, as crianças nascidas alguns dias antes de 31 de dezembro, que entram na escola com menos de seis anos, podem ser comparadas com aquelas que nascem poucos dias depois, que terão seis anos e oito meses quando começarem a escola.
"Ficámos surpreendidos com a persistência do efeito", disse à Quartz o investigador Hans Henrik Sievertsen. Esperar um ano para começar a escola fazia com que as crianças não tivessem quase probabilidade nenhuma de vir a ter hiperatividade acima da média.

Lego surpreende e lança primeiro boneco em cadeira de rodas



POR JOÃO OLIVEIRA

Trata-se da primeira figura nesta condição.



Mães e pais, conhecedores ou não desta realidade, certamente vão aplaudir esta nova criação da Lego. Trata-se do primeiro boneco da série em cadeira de rodas. O objetivo é promover a igualdade e inclusão de crianças com algum tipo de deficiência.
A nova figura (Brinquedos como Eu) foi apresentada na Feira do Brinquedo de Nuremberg, na Alemanha.
A ideia, diz o britânico The Independent, surge na sequência de críticas dirigidas pela co-fundadora da empresa, Rebecca Atkinsonque, à Lego, dizendo que a firma estava a deixar de parte 150 milhões de crianças por todo o mundo.
Às críticas juntou-se ainda uma petição, com mais de 20 mil assinaturas recolhidas, que exigia maior diversidade nos brinquedos da Lego.
Este novo membro da família Lego, da coleção ‘Toys Like Me’ (Brinquedos como Eu) está integrado na coleção ‘Diversão no Parque’, que começará a ser comercializada a partir deste verão.