O número de alunos com necessidades educativas especiais duplicou nos últimos dois anos. A inclusão tem tido resultados positivos, mas também muitas falhas. Não há dinheiro que chegue nem técnicos para apoiar estes estudantes. Estas conclusões são de um estudo comissionado pelo Ministério de Nuno Crato.
O estudo encomendado pelo Ministério da Educação mostra que a receita para reformar o sistema passa por descentralizar financiamento e responsabilidades.
Por isso, é necessário reformar o apoio aos alunos com necessidades educativas especiais.
Apoio não chega nem a metade dos alunos
Ao todo, existem 90 Centros de Recursos para a Inclusão (CRI) de norte a sul do país que servem para dar apoio a alunos especiais, aos seus professores e às famílias.
Os destinatários são crianças com problemas como a cegueira, a surdez, a multideficiência ou o autismo, cujo objetivo é integrar e garantir o êxito educativo.
Os Centros de Recursos apoiam atualmente quase o dobro dos alunos de há apenas dois anos, ou seja, 16.876. O universo dos que necessitam de atenção especial é no entanto esmagador: mais de 63.500 alunos.
![](https://lh3.googleusercontent.com/blogger_img_proxy/AEn0k_uVjQsORsQpwAIp3OcSKX63xxj8NCZbeZGTJuJVc6Qz14huho9EHIFUl1muAHIKsilfoAvqgSgx9nKfyvtAOFrxeQ2cnthjT_lluG8JroD1911Q_d1--QPG_fB3ZKbzhbtRieLXhTl3AmenbzhctSIPMSlz8AoSA6zD708LeaMqY7loNU8QZ7zc2fBihjiUrpTwrm__S2df98zl7ULn8kIK-SQUbaFtel7lDQ=s0-d)
O estudo, denominado “Avaliação das políticas públicas- inclusão de alunos com necessidades educativas especiais: o caso dos Centros de Recursos para a Inclusão”, foi produzido durante o ano de 2014 pelo Centro de Reabilitação Profissional de Gaia.
A maioria dos alunos está integrada em escolas regulares. Só dois por cento frequentam um estabelecimento de ensino especializado.
![](https://lh3.googleusercontent.com/blogger_img_proxy/AEn0k_tEUF-xuEhx9T0MA0M_WEdO_wgE_ZWxU84X1NdsOYxBYAJA1GyiGSNmn3dCmCHILrfkIeSw_1HZ1iE-k6cIW1hE91vrPC1b2uSQYgDpGN8xdGXf_558nGJIRqwezh9t-hz6mGiK8A3Bpd5PnmSaam6fPiLLgSqdgSDF6-AS2JYP9M7FAgR87mVgTCmJe57EHnQCr9BwKF9_SZD_ZfVqRXvW8uPe9JRXdBmIMQ=s0-d)
Os planos de ação demoram demasiado a aprovar e a implementar e, em regra, os apoios concedidos ficam sempre aquém do solicitado. Faltam meios humanos e mais material técnico de apoio.
Descentralizar, quer a responsabilidade, quer o financiamento, pode desbloquear os atuais constrangimentos do sistema, disse Pedro Cunha, subdiretor-geral de Educação, em primeira mão, na edição de terça-feira do Jornal 2 da RTP.
Reportagem de Rui Sá, Virgílio Matos e Bárbara Veiga, RTPPor isso, é necessário reformar o apoio aos alunos com necessidades educativas especiais.
Apoio não chega nem a metade dos alunos
Ao todo, existem 90 Centros de Recursos para a Inclusão (CRI) de norte a sul do país que servem para dar apoio a alunos especiais, aos seus professores e às famílias.
Os destinatários são crianças com problemas como a cegueira, a surdez, a multideficiência ou o autismo, cujo objetivo é integrar e garantir o êxito educativo.
Os Centros de Recursos apoiam atualmente quase o dobro dos alunos de há apenas dois anos, ou seja, 16.876. O universo dos que necessitam de atenção especial é no entanto esmagador: mais de 63.500 alunos.
O estudo, denominado “Avaliação das políticas públicas- inclusão de alunos com necessidades educativas especiais: o caso dos Centros de Recursos para a Inclusão”, foi produzido durante o ano de 2014 pelo Centro de Reabilitação Profissional de Gaia.
A maioria dos alunos está integrada em escolas regulares. Só dois por cento frequentam um estabelecimento de ensino especializado.
Os planos de ação demoram demasiado a aprovar e a implementar e, em regra, os apoios concedidos ficam sempre aquém do solicitado. Faltam meios humanos e mais material técnico de apoio.
Descentralizar, quer a responsabilidade, quer o financiamento, pode desbloquear os atuais constrangimentos do sistema, disse Pedro Cunha, subdiretor-geral de Educação, em primeira mão, na edição de terça-feira do Jornal 2 da RTP.
O retrato português mostra igualmente que 79 por cento das crianças têm o mesmo currículo que todos os restantes alunos da turma que frequentam.
Só em 21 por cento dos casos é elaborado um plano de estudos individual.
O estudo aponta ainda a falta de financiamento direto a escolas e alunos. Fala em "impactos muito expressivos na limitação do número de alunos a apoiar e no âmbito, duração, frequência e continuidade dos apoios prestados".
"O apoio à escola, à família e à transição para a vida pós-escolar foram os aspetos referidos como menos conseguidos (particularmente pelos Encarregados de Educação relativamente ao último aspeto), remetendo uma vez mais para a menor consolidação do apoio indireto e do trabalho nos contextos de vida dos alunos", pode ler-se no estudo.
O perfil dos técnicos elegíveis é o aspeto considerado como mais adequado: "A competência das equipas técnicas dos CRI foi avaliada pelos participantes nos questionários e grupos focais como elevada, considerada como principal fator de sucesso na implementação do modelo de prestação de apoios especializados pelos CRI".
Intérpretes de Língua Gestual Portuguesa em falta
A afetação - a disponibilidade de tempo dos elementos - dos diversos técnicos das equipas dos CRI foi percebida como menos adequada face às necessidades em todos os perfis profissionais, com particular destaque para os intérpretes de Língua Gestual Portuguesa (LGP), sendo o nível de disponibilidade mais adequado o da fisioterapia.
Cada um destes centros tem uma nova realidade. Os técnicos, neste caso da CERCI na EB1 de Telheiras, em Lisboa, bem como os colegas de turma de crianças com multideficiências, são vitais para o sucesso da inclusão. Os especialistas dizem, contudo, que o trabalho com as crianças devia ter mais tempo durante a semana. Reportagem de Patrícia Machado, Luís Côrte-Real e Nuno Castro, RTP
Ouvido pela Antena 1, o presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap) É um estudo que só vem comprovar as sucessivas denúncias de pais e encarregados de educação.
Jorge Ascenção, afirma que as conclusões do estudo encomendado pelo governo sobre o estado da educação no ensino a alunos com necessidades especiais só vêm confirmar as várias denúncias e alertas que têm surgido ao longo dos anos.
O presidente da Confap desafia o ministro da Educação a resolver estes problemas. Reportagem de Nuno Rodrigues, Antena 1
Também Ana Sezudo, da Associação Portuguesa de Deficientes (APD) disse à rádio pública que conversou várias vezes com o secretário de Estado da Educação, que sempre tinha negado a falta de professores e agora este estudo vem provar o contrário.
Apesar de tudo, todos reconhecem, incluindo professores e pais, o impacto significativo nas aprendizagens do trabalho dos Centros de Recursos para a Inclusão. É um modelo a manter, mas necessariamente a reformar.
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