quarta-feira, 15 de julho de 2015

Eis a mensagem de Malala que toda a gente tem mesmo de ler





Faz um ano que Malala Yousafzai, a jovem paquistanesa que defendeu o direito à educação e foi baleada pelos talibã, recebeu o Nobel da Paz. Hoje, a uma semana de completar dezoito anos, a jovem volta a Oslo para um encontro de líderes dedicado ao tema da educação onde deverá fazer uma retrospetiva sobre a realidade mundial e o pedido de ação internacional que fez em 2014. Ontem o The Telegraph publicou em exclusivo um texto escrito pela própria, que é um vislumbre da mensagem que hoje deverá passar. Que, acreditem: é muito dura. E impossível não nos deixar a pensar.

Malala começa por desfazer logo o mito em torno de si mesma, de forma totalmente desarmante: “Muitas pessoas dizem-me que sou especial. Contudo, isso leva-me a questionar: sou única porque sou uma rapariga a quem foi negado ter educação? É que em todo o mundo há 60 milhões de meninas na mesma situação”. E vai ainda mais longe: “É porque os inimigos da educação me atacaram?  Infelizmente, milhares de raparigas e rapazes estão inseguros nas suas escolas todos os dias e muitos deles já foram atacados também.” 
Malala retira-se do da qualidade de “especial” e inverte as regras do jogo dizendo que quem foi especial no meio de tudo isto fomos “nós”. Os que “lhe deram voz” quando os talibã a tentaram silenciar, os que “rezaram” por ela e se insurgiram aquando do ataque que quase lhe roubou a vida, os que garantiram que ela estaria a salvo e que poderia estudar sem medo de ser morta por isso. Então e as restantes 60 milhões de estão na mesma situação?  
Oito dias de guerra custam tanto quanto a educação de todas as crianças do mundo
Neste texto escrito com uma clareza de espírito impressionante, Malala relembra o massacre à escola paquistanesa onde morreram mais de cem crianças e dá ainda como exemplo as sete milhões de crianças sírias que sobrevivem em campos de refugiados, sem esperança. “O acesso à educação é a única chave para salvar o seu futuro”, lembra Malala. Mas o que temos feito nós por estas crianças? Basicamente, muito pouco ou nada. E isso deveria envergonhar-nos até porque as contas, segundo a Nobel da Paz, são mais fáceis de fazer do que podemos pensar. 
O Relatório de Monitorização Global de Educação, divulgado no início deste ano, estima que dar educação a todas as crianças carenciadas do planeta envolveria um custo de 39 biliões de dólares. “Parece um número grande, talvez impossível”, frisa Malala. “Mas na realidade representa o que os governos de todo o mundo gastam com os seus exércitos em apenas oito dias. Ou seja, em oito dias estamos a gastar tanto a fazer guerras quanto poderíamos gastar a assegurar que todas as crianças recebem pelo menos 12 anos de educação de qualidade.” 
As contas e o discurso até podem parecer ingénuos e neste texto Malala é a própria a dizê-lo. Contudo não desiste do seu slogan pessoal: “Livros em vez de balas!”. E deixa claro. “É uma questão de escolhas. Os nossos líderes continuam a escolher bombas e balas em vez de livros e futuros brilhantes. E nós continuamos a permitir isso”. 
A hipocrisia da ação internacional 
Malala relembra também que assegurar a educação básica a todas as crianças fez parte dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, lançados há quinze anos. “Fizemos progressos no que diz respeito a levar muitas meninas à escola pela primeira vez em países pobres, mas não nos preocupámos em mantê-las com acesso a essa educação”. A verdade é que o número de meninas que não vai para além do ensino básico é esmagador. Nas palavras de Malala: “Há uma geração de raparigas a quem foi dito que  a educação básica é tudo a que têm direito. É inaceitável”.  
Ainda ontem três meninas foram atacadas com ácido sulfúrico no Afeganistão a caminho da escola. Este ato hediondo já se tornou tão comum que este casos começam a nem ser dignos de notícia. Mas o que será da vida destas meninas, que tudo que fizeram de errado foi tentar ter acesso a educação? Alguém vai fazer alguma coisa para as ajudar? Alguém se vai insurgir pela sua sobrevivência? Caso sobrevivam aos ferimentos, alguém lhes vai atribuir um prémio internacional e garantir que têm um futuro digno? Há algo de muito hipócrita nas ações – e na falta delas – da comunidade internacional no que diz respeito a este tema. E Malala é a primeira a tentar lembrar ao mundo que milhões de outras meninas nesta situação e que precisam de ajuda urgente. 

Uma coisa é certa: não podemos ficar à espera que um grupo terrorista tente matar outra criança que insiste em querer ir à escola para que medidas concretas e reais sejam postas em prática. Não é apenas o futuro destas meninas que está em jogo, é o futuro do mundo no seu todo.  

Currículo de alunos com necessidades especiais passa a incluir treino vocacional

As escolas devem incluir programas específicos de treino vocacional nos currículos dos alunos com necessidades educativas especiais, três anos antes de atingirem a idade limite da escolaridade obrigatória, determina uma portaria do Ministério da Educação publicada no domingo.
A medida destina-se às crianças com Currículo Específico Individual (CEI) e visa regular o ensino de alunos com 15 ou mais anos de idade, no sentido de assegurar a transição para a vida pós-escolar.
A escola deve, assim, “incluir programas específicos de transição e treino vocacional que os prepare para, depois de saírem da escola, serem membros independentes e ativos das respetivas comunidades”, lê-se no diploma.
Em comunicado emitido no domingo à noite, o Ministério da Educação explicou que passará a competir à escola definir as cargas curriculares de forma a conseguir adaptá-las à especificidade de cada um destes alunos, bem como “articular com os parceiros da comunidade no sentido de diversificar os apoios e atividades necessários para que os alunos desenvolvam as suas capacidades”.
No decurso da concretização do plano os alunos “poderão ter experiências laborais em instituições da comunidade, empresas, serviços públicos ou outras organizações a identificar pela escola que podem ter o apoio de Centros de Recursos para a Inclusão”.
A organização dos planos individuais de transição (PIT), visa “a consolidação e melhoria das capacidades pessoais, sociais e laborais, na perspetiva de uma vida adulta autónoma e com qualidade”, segundo o documento.
Este plano será elaborado “em colaboração com os encarregados de educação e representantes das organizações da comunidade que vão ser implicados na vida e no percurso do aluno”.
Vai focalizar-se na identificação de atividades ocupacionais “adequadas aos seus interesses e capacidades”, nomeadamente na aprendizagem de tarefas que lhe são atribuídas, na utilização de dispositivos eletrónicos, de serviços públicos da comunidade, entre outros.
Caberá à escola definir os tempos de cada uma das componentes da matriz curricular orientadora.
O ministério adianta que, tendo em conta a especificidade das atividades que os professores devem promover com os alunos, será desenvolvido progressivamente um programa de formação para os docentes “com perfil adequado ao trabalho a desenvolver”.

sábado, 11 de julho de 2015

Primeira mesa digital com jogos educativos

ludopedagogia, introdução de brincadeiras no ensino, ou melhor, o “aprender a brincar”, inspirou a criação da PlayTable. “A brincadeira é o mais completo dos processos educativos, pois desenvolve as áreas cognitivas, psíquicas e motor das crianças. A brincadeira exige concentração e desenvolve a iniciativa, a imaginação e o interesse. Ela torna os alunos mais curiosos, observadores e focados”, explica Sieves, que é especialista em ludopedagogia.
A Playmove possui uma equipa multidisciplinar, com conhecimentos específicos em diversas áreas, desde a criação, design, programação e a própria ludopedagogia. Deste trabalho é que surgem jogos e aplicativos, que encantam e divertem as crianças e, ao mesmo tempo, trabalham diversos estágios de desenvolvimento, além de proporcionar conhecimento em várias disciplinas.
A PlayTable é destinada a crianças a partir de três anos e pode ser utilizada para entretenimento e no processo de ensino e aprendizagem, em escolas da educação infantil e ensino fundamental, nos segmentos público e privado.
Os jogos e aplicativos inseridos na mesa são baseados nas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica e projetados por professores especialistas em alfabetização, matemática, arte, língua inglesa, ciência e outras disciplinas, aliadas à ludopedagogia e especialistas no desenvolvimento de jogos.
playtablecriancas
A PlayTable foi lançada em 2014 e já está em uso em mais de 350 escolas em todas as regiões do Brasil.

Nova legislação para alunos com CEI maiores de 15 anos

A Portaria n.º 201-C/2015 revoga a Portaria n.º 275-A/2012 e regula o ensino de alunos com 15 ou mais anos de idade, com currículo específico individual (CEI), em processo de transição para a vida pós-escolar, e aplica-se à organização dos planos individuais de transição (PIT) de alunos com CEI.

Para consultar em detalhe seguir a seguinte ligação: 
https://dre.pt/application/conteudo/69778954