sexta-feira, 4 de março de 2016

Pré-escolar… um imperativo educativo

A frequência do Ensino Pré-escolar é fundamental no lançamento das bases de um percurso educativo de sucesso. Crianças que ficam em casa até iniciarem a frequência do 1º Ciclo iniciam a sua escolarização com competências menos estimuladas e consequentemente o esforço que têm de despender para chegarem ao nível de desenvolvimento e estimulação de um aluno que inicie a frequência do pré-escolar com três anos é muito superior.
Para além das competências escolares menos desenvolvidas, a falta de interação com a multiplicidade de pares que encontra na escola limita também as competências de sociabilização das crianças. Um aluno habituado a interagir em grupo, desde tenra idade, terá muito mais facilidades em responder de forma positiva aos desafios sociais com que se deparará ao longo da vida.
Uma outra vantagem da frequência do Ensino Pré-escolar é a possibilidade de identificar atrasos no desenvolvimento numa fase ainda inicial e permitir o desenvolvimento das estratégias necessárias para levar a criança a superar as suas dificuldades ainda antes da entrada no 1º ciclo.
As vantagens para a criança que referi anteriormente e a importância subsequente do ensino pré-escolar encontram-se referidas na Lei-quadro da Educação Pré-escolar. “São objetivos deste nível de ensino promover e fomentar o desenvolvimento pessoal e social da criança assim como a sua inserção em grupos sociais diversos”. É ainda objetivo do ensino pré-escolar, conforme estatuído no seu quadro legal, “contribuir para a igualdade de oportunidades de acesso à escola e para o sucesso na aprendizagem”.
Paralelamente às vantagens diretas para a criança, também as famílias beneficiam profundamente com a garantia de que o sistema educativo está totalmente preparado para receber as suas crianças, independentemente da sua condição socioeconómica.
As exigências sociais e profissionais que se colocam hoje às famílias são uma dificuldade acrescida para que estas decidam ter filhos. Horários de trabalho alargados, famílias nucleares reduzidas e em que ambos os progenitores necessitam de trabalhar reduz a disponibilidade para ter filhos e é um entrave ao incremento da natalidade.
Partindo dos pressupostos atrás enunciados, facilmente se compreende que a universalidade do ensino pré-escolar é um imperativo que deve levar qualquer governo a desenvolver políticas de alargamento da rede.
O Ensino Pré-escolar foi durante muitos anos um “luxo” encontrado quase em exclusivo no setor privado. O ensino público não pode ter como objetivo substituir a iniciativa privada, mas tem o dever de permitir que todos possam ter acesso às mesmas oportunidades assim como garantir um ensino de qualidade.
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